PAULO LAENDER
Esculturas, Pinturas e Relevos

24 de novembro a 14 de dezembro de 1991


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Enigmas e Mitos

As formas escultóricas de Paulo Laender fundem sugestões de variada procedência ao singularizarem a obra do artista. A técnica remete ao sistema construtivo tradicional de embarcações, exigindo o fazer rigoroso e perfeito a carena. Mas libera a poética do encantamento que repousa imemorialmente nos prodígios da mão. O engenho engendra a fábula.

Paulo Lander opera a morfologia ritual e tutelar dos antigos como semente do novo. Articula a invenção. Suas esculturas têm o frescor do que é original e a sedução de oferecendas ancestrais. Enigma e mito se recolocam na visualidade contemporânea com a força e o fascínio do minotauro.

Cabeças, árvores e totens demarcam um mundo de magia. Sombras rupestres, formas de sambaquis, a lição da natureza e o legado grego e africano animam o cenário em que o artista se situa. Na virada do tempo, um mergulho: o apogeu da tecnologia restaura o primado da manufatura; o fastígio do design consagra a modernidade da forma inaugural.

A grande viagem da criação tem sua nave. Paulo Laender embarca na forma feminina e celebra o despertar da vida. Radares da deusa, as colunas festejam a renovação do mistério do nascimento das coisas. Grandes pinturas absorvem essas imagens e refinadamente envolvem a aventura tridimensional, guardando, pela qualidade, a autonomia da linguagem.

Esses trabalhos res