VICTOR BRECHERET
20 desenhos | 12 esculturas | 1914 a 1955

Exposição e Vendas nº 6
16 de junho a 12 de julho de 1997


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"Lembro-me bem. À mesa, após o jantar, ele ficava horas calado, desenhando sem parar. Não eram trabalhos de um desenhista. Eram estudos, pesquisas e investigações para alcançar a figura acabada de uma nova criação. Desenhos de escultor, que definiam formas, volumes ou linguagens com pouquíssimos traços.

Era extremamente exigente com sua arte, com a técnica, com os materiais. Artista criador e insatisfeito, trabalhava vinte e quatro horas por dia. De formação rigorosa, não aceitava encurtar caminhos ou desviar de objetivos, porque a técnica requerida era em alguns casos trabalhosa. Insistia, persistia, criava, produzia. Meu pai, como desenhista, era acima de tudo um artista integral".

Victor Brecheret Filho

No meu trabalho de recolocação dos artistas brasileiros ditos "Os Modernistas", venho observando a crescente e merecida valorização do papel (estudos, desenhos, guaches) sempre associada à função de melhor reconhecimento da obra autoral.

O interesse pela evolução do pensamento criativo do artista denota o progressivo amadurecimento dos colecionadores; em Victor Brecheret é supérfluo qualquer comentário. A essencialidade de seu traço no papel - de qualquer época - é flecha certeira destinada à obra escultórica final - "clean", sempre, impreterivelmente.

É esta característica destes desenhos tão despojados que despertou meu interesse galerista: a irresistível tentação de mostrar o caminho, a intimidade da criação artística.

Ricardo Camargo


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