WESLEY DUKE LEE
8 pinturas da série “O Filiarcado” de 1999

Exposição e Vendas nº 60
28 de maio a 28 de junho de 2024


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WESLEY DUKE LEE
(1931 • 2010)



Wesley e o 1 prêmio da 8 Bienal de Tóquio, a máscara do teatro Nô, 1965

 

A Era do Filho na visão do mestre Wesley Duke Lee

Wesley começou a dar forma à série O Filiarcado depois de comemorar 40 anos de vida artística, em 1992, com uma grande retrospectiva no Museu de Arte de São Paulo (Masp). Nos quadros – que mesclam referências a desenhos da renascença italiana com a surpresa das pinturas rupestres – pintados com bastões de pastel a óleo numa argamassa que lembra as paredes de pedra das cavernas, crianças brincam com jogos infantis ancestrais: nadam num rio, correm, pulam sela e fogueira, atiram dardos e jogam cartas ou bolinha de gude. Ao pesquisar a argamassa, o artista encontrou uma base que deixou as telas sólidas e enrugadas, onde deu vida às figuras, aproveitando rachaduras e relevos.

Wesley levou quase 20 anos para pensar o conceito desta série de pinturas. A ideia do filiarcado, a era do filho, surgiu de conversas com a poetisa Dora Ferreira da Silva, mulher do filósofo Vicente Ferreira da Silva, de quem era amigo. Foi aí que despontou o losango. “O matriarcado é representado pelo círculo, o patriarcado pelo quadrado dentro dos círculo. Já o losango, considerado uma figura de equilíbrio instável, contém os triângulos masculino e feminino, e inaugura a era do filho”, aponta o artista.

A inspiração de Wesley Duke Lee para o projeto pictórico da série surgiu ao folhear um álbum do artista barroco francês Jacques Stella (1596 - 1657), com 52 gravuras de jogos infantis. Stella havia se inspirado em desenhos sobre o mesmo tema do renascentista italiano Andrea Mantegna (1431 - 1506). A partir daí, através da computação gráfica, Wesley refez durante cinco meses os desenhos barrocos de Stella e trouxe-os para a perspectiva renascentista original, dispondo-os, em seguida, no formato desejado por ele do losango.

As crianças brincam seus jogos ancestrais nos grandes quadros desta série que parecem flutuar no espaço, graças aos pedestais de vidro e aço feitos especialmente para o seu encaixe. Eles foram agrupados por Wesley Duke Lee em etapas cromáticas que se referem às transmutações da alquimia. Em Albedo, com tons claros, predominam os brancos dourados com fundo ocre. Rubedo traz vermelhos dourados e em Nigredo, magentas dourados e enegrecidos.

Na seleção dos desenhos das telas, Wesley ainda reproduziu os jogos infantis que costumava brincar quando criança. Também criou o fundo de várias cenas, incorporando a paisagem de sua infância. Figuras infantis, objetos e cenários dançam na trama delicada dos losangos. Uma obra de plena maturidade artística, as notáveis oito pinturas da série O Filiarcado – Ensaio Alquímico com Jogos Infantis de Wesley Duke Lee, expostas na Ricardo Camargo Galeria, remetem à limpidez dos clássicos e apontam para o futuro.

Ricardo Camargo
colaborou Roberto Comodo


Hoje é sempre amanhã

Hoje é amanhã, em que pese Wesley citar que “hoje é sempre ontem”. Wesley foi um vanguardista. Precursor do movimento Pop no Brasil, participou da criação do grupo que denominaram o movimento de Realismo Mágico. Junta-se ao Grupo Rex, que encerra com um grande happening Rex Caput.

O aspecto figurativo de sua obra ganha diferentes sentidos e planos que se sobrepõem. A figuração na espetacular série O Filiarcardo reúne o Rupestre com o Renascimento e desponta a felicidade dos jogos infantis.

Toda sua obra aponta para o futuro.

Assim, Rex Caput, mas Wesley está vivo!

Ricardo Ribenboim
Diretor de Planejamento
Wesley Duke Lee Art Institute


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