COLEÇÃO DE UM ARTISTA

Exposição e Vendas nº 55
18 a 27 de março de 2020


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Reencontrando Tuneu


No início de 2018, Tuneu artista sério, sensível e respeitado no nosso mercado de arte em todos os segmentos, procurou-me pois queria vender uma excelente obra do Wesley Duke Lee de sua coleção. Assim iniciamos uma mútua colaboração dos novos tempos.

Temos uma amizade de mais de 50 anos, quando o conheci na Galeria Art-Art do meu irmão Ralph com quem eu trabalhava.

Logo depois, cedeu-me um magnifíco Willys de Castro de 1959 de uma série de quatro obras, (sendo que uma delas pertence à coleção do MOMA), e no semestre passado enviou-me um desenho de Tarsila do Amaral, um dos estudos do famoso tema “Figura só”, (outro estudo também pertence ao MOMA), todas obras vendidas por meu intermédio para três importantes coleções.

Neste momento selecionei 29 obras de sua coleção para esta exposição, sendo todas inéditas, com excessão de uma pequena mas magnífica obra de Volpi e uma excelente pintura de Barsotti que participaram de retrospectivas em museus.

Estou lisonjeado por ele ter me dado essa oportunidade de apresentar um conjunto de obras significativo.

A grande maioria é de 23 obras de Willys de Castro e Hércules Barsotti, que tive o grande prazer pessoal de conhecê-los e participar com eles de vários almoços aos sábados no inesquecível Gigetto, onde ouvi e aprendi muito com esses dois mestres que são da arte brasileira contemporânea.

Além das obras selecionadas da coleção de Tuneu, apresentarei duas pinturas de sua autoria de 2008, de uma pequena série nunca vista, e que, irão compôr muito bem esta afetuosa exposição.

Ricardo Camargo


 

Estava há anos ouvindo Tarsila, trocando informações e aprendendo semanalmente com sua experiência. Até ler no Estadão em 1967 sobre uma exposição de desenhos dela, na galeria Art-Art rua Oscar Freire.

Fui; lá estava Monica Filgueiras, com os desenhos expostos. A conexão foi imediata, conversamos muito. Em seguida conheci Ralph Camargo. Não saí mais dessa convivência. Fizemos uma exposição coletiva, minha primeira experiência numa galeria. Na Art-Art conheci também Ricardo Camargo que começava sua própria carreira com o irmão.

Passaram-se cinquenta e dois anos. Aqui estamos numa exposição da coleção de um artista (Eu). O conjunto de obras foi possível por meu interesse e amizade com alguns artistas que mantive contato desde daquele momento. Wesley, Antonio Dias, Gerchman, Willys, Barsotti, para citar alguns. Os ateliês eram abertos. Trocavam-se mais espontaneamente as informações que tínhamos. O isolamento cultural no Brasil era geográfico e restrito. Não havia acesso virtual como hoje, que é mais rápido, acessível e global. Nosso grande contato, internacional eram as bienais de São Paulo.

Acredito que o impacto que a obra de um artista gera em nós artistas é nossa afinidade estética e logo vem a pergunta: como fez isto? Nosso primeiro interesse é o diálogo com os colegas. Assim a coleção de um artista tenta manter consigo este diálogo em sua parede e diariamente estabelece laços muito particulares com este universo.

sua parede e diariamente estabelece laços muito particulares com

este universo.

Tuneu, fevereiro de 2020


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